topo
linha2

Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player


Fotogaleria

Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

 
» Home » Crónicas e Artigos » Ídolos de plástico

 

Ídolos de plástico

Não sou adepto das grandes concentrações humanas e fujo aos espectáculos de massas, sobretudo quando eles visam o culto de personalidades e a fabricação de ídolos sejam eles do desporto, da religião, da política ou outros. Esta semana foi fértil em acontecimentos deste tipo. Destaco o cerimonial da entronização de Cristiano Ronaldo no Real Madrid e o memorial no funeral de Michael Jackson.

Ambos os artistas foram endeusados por interesses e estratégias comerciais cujos benefícios revertem em proveito de grandes empórios desportivos e musicais. Para a montagem dessas grandes liturgias, os media tiveram um papel preponderante que alimenta o fanatismo. Foram eles que, através da globalização, dinamizam milhões e fiéis de fiéis, a consumirem esses grandes cerimoniais, onde o ídolo é apresentado aos adeptos e fãs como um ser superior em qualidades e méritos. Uma estrela ou na terminologia usada pelas TV's: o Rei da POP e o Rei de Madrid.
Não são diferentes os cerimoniais religiosos. Aquando da morte de Madre Teresa de Calcutá e do Papa João Paulo II o povo, perante as suas virtudes e o seu trajecto de vida, considerou-os santos, ainda antes do reconhecimento oficial do Vaticano. Todavia, o que se passou com Jesus Cristo, foi bem diferente: as virtudes e milagres valeram-lhe a condenação à morte pelos poderosos de então. Foi crucificado entre dois ladrões, como um mal-feitor, e morreu só e abandonado pelos seus. Dá que pensar!..
Quando era adolescente, propuseram-me a leitura de biografias de jovens que se haviam distinguido: santos, desportistas e escritores. O objectivo era sensibilizar-me para seguir os seus bons exemplos, na fase da vida em que a formação da personalidade dá grande importância aos ícones que, por vezes, são mais eficazes que os conselheiros que nos acompanham a par-e-passo.
Já então, questionava-me como alcançar o nível superior dessas figuras, cujo valor e virtudes não eram ensombrados por quaisquer defeitos!...
Actualmente, em todos os sectores de actividade, parece que se está a usar e abusar dessa pedagogia na formação dos povos e das mentalidades, o que conduz ao fanatismo, ao exagerado culto do chefe seja ele: político, religioso, empresário, encarregado, etc. Deles só se conhecem qualidades. E os media, todos eles, encarregam-se de badalá-las na praça pública, em espaços reservados à promoção dos novos ícones: empresários, gestores, governantes, deputados, eclesiásticos, músicos, actores, gente de todos os espectáculos, escritores, profissionais de vários ofícios, para quem a passadeira da fama é, segundo se diz, percorrida, a pulso, com muito trabalho e sacrifício.
Uma vez entrados no palco da fama, onde só alguns têm acesso, há que garantir a visibilidade. Para lá chegar, movem-se relações interesseiras que envolvem o mundo dos negócios, da política, da religião, das relações humanas. E, por motivos comerciais, os media embarcam nesses espectáculos onde o exibicionismo, o fanatismo e a mediocridade impõe a regra.
Os verdadeiros ídolos, porém, impõem-se pela simplicidade, verdade e sinceridade de vida, consideram-se iguais e próximos das outras pessoas, e colocam as suas qualidades e valor ao serviço de todos e não de si próprios e do seu orgulho.
Os verdadeiros ídolos ficam para a história, porque distinguem-se pelas suas qualidades pessoais e pelas actividades em prol da fraternidade, da justiça, da solidariedade. São estas as qualidades que projectam o verdadeiro ídolo. Não o dinheiro, a riqueza, a fama!

 

 

 

Queremos ouvir a sua opinião, sugestões ou dúvidas:

info@adiaspora.com

 

  

Voltar para Crónicas e Artigos

bottom
Copyright - Adiaspora.com - 2007